-Gir: UM ANIMAL OU UMA RAÇA DE DUPLA APTIDÃO (parte 2) continuação

Além disso, o CDP acab referindo-se mais as exposições do que a eficiência no balde, nas fazendas. Isso fez com que plantéis selecionadores da aptidão leiteira fugissem das exposiçoes, com certa razão! O CDP, para eles, somente poderia ser útil para o mercantilismo de animais de corte, mas nunca para os selecionadores de leite!

Os extremistas, inclusive, afirmam que o CDP foi copiado pelo Brasil para permitir a continuidade de importações constantes de taurinos leiteiros que, mesmo poluindo a pecuária brasileira, nunca conseguiram aumentar uma xícara de leite na mesa do homem comum do país! O GIR continua sendo responsável por cerca de 70% do leite produzido no país, em bases legitimamente tropicais e primitivas! Segundo essas pessoas, uma maneira de fugir a tal primitivismo seria abolir o CDP e as provas de ganho de peso, na raça GIR.
E aqui fica evidente o paradoxo dos métodos de avaliaçao do GIR da atualidade:

a) Por um lado, os selecionadores de leite pretendem abolir o Controle de Desenvolvimento Ponderal, tanto quanto as Provas de Ganho de Peso. Em seu lugar, preconizam a instituição de uma "mensuração biométrica" pois afirmam que o GIR deve ser grande nos trópicos mas sem o preciosismo do peso, pois seu valor estaria na "Dupla Função": carne e leite, e não apenas na função corte!

b) Por outro lado , os selecionadores do tipo corte, pretendem condenar o uso da palavra "Gir Leiteiro" pois afirmam que "todo GIR produz leite ou mais ou menos".

c) A Zootecnia, por sua vez, aliada à Climatologia Zootécnica, afirma que "sem a
prolificidade, a pecuária nos trópicos é uma falácia". A garantia de "maior renda por área ocupada" está na profilicidade, muito mais que na produtividade de indivíduos. A profilicidade portanto seria muito mais importante que a "função corte", ou a "função leite", pois somente ela garantiria muito mais produtos no balanço que determinaria o lucro da propriedade.

Fonte: Revista Agropecuária Tropical

Edição Especial nº 68 (GIR)
maio/junho 1989

Nota do Editor
Mais uma vez reforçando a afirmação de que tudo o que está exposto acima não corresponde a uma visão individual, e sim um material no qual disponibilizo para a discussão necessária sobre o tema.
Temos como ponto base de toda a discussão um dito do meu avô, o saudoso Zeide Sab, que dizia assim "Todo GIR é leiteiro" e mostrava isso dentro de sua seleção, tendo animais dupla aptidão com altas lactações à pasto, mostrando assim a rusticidade e SUSTENTABILIDADE do Gir.
Nesta fase o alge da discussão é onde vemos "o medo" da classe LEITEIRA quanto ao CDP & as PROVAS DE GANHO DE PESO. O que seria isso? Será que os selecionadores de leite temem a DUPLA APTIDÃO do GIR?

E é isso que eu proponho nesta postagem a discussão sobre o POSICIONAMENTO do Gir Leiteiro diante a Dupla Aptidão, ou mesmo a Aptidão Corte.




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