




Se, comercialmente, a expressão "dupla aptidão" pode levar a alguns enganos, já não acontece isso quando se diz que o GIR é raça de dupla aptidão. Realmente, os animais de dupla aptidão podem não ser competitivos com os de outras raças, em regiões de fartura, mas os animais altamente selecionados para leite podem - com segurança! O caminho, portanto, talvez não seja "o do meio", mas TALVEZ o dos extremos, de um lado, o GIR pra corte dentro dos mais modernos preceitos da Zootecnia. Do outro lado o GIR para leite, também dentro dos mais modernos preceitos da Zootecnia.
Dessa forma o caminho do meio teria que ser trilhado pelos compradores de GIR, e não pelos selecionadores de GIR. Eles, os compradores, é que tratariam de obter animais de duplo propósito, partindo de GIR, ora de carne, ora de leite! Para todas as necessidades haveria sempre um GIR adequado. Para todas regiões também haveria um GIR mais adequado.
A raça, então, seria de “dupla” ou “múltiplas” aptidões, e não seus animais.
A favor desse argumento estão os criadores de GIR para leite, uma vez que seus planteis são punidos pelas Provas Funcionais e por isso, são desclassificados nas pistas de julgamento.
Por exemplo: nós trópicos a instabilidade política, tanto quanto a sazonalidade do verde, impedem que se considere a questão do CDP - (CONTROLE DO DESENVOLVIMENTO PONDERAL) como de importância real para os plantéis leiteiros mas... sem ele, os animais não tem direito a julgamento nas pistas!
O CDP teria mais haver com Agronomia do que com Zootecnia para alguns criadores, pois “ trata-se de um elogio ao capim e ao manejo das pastagens de cada propriedade”. Ora, o GIR é raça indicada para regiões onde o capim é escasso na maior parte do ano e então a raça acaba sempre levando a pior nos comparativos! É claro que persistindo a obrigatoriedade de enquadramento do CDP, raça GIR terá sempre um futuro inglório!
Fonte: Revista Agropecuária Tropical
Edição Especial nº 68 (GIR)
maio/junho 1989
Continua - parte 2
Nota do Blog
É bom afirmar que os critérios expostos a cima, são apenas para gerar uma discussão saudável e necessária... Isto não significa que este seja o meu ponto de vista.
Creio que mesmo em regiões menos favoráveis, com chuvas instáveis, nos dias de hoje, existem várias técnicas de manejo e opções, para se conservar comida para tempos em que falte alimento, portanto dizer que o gir ou qualquer outra raça seja somente indicada para uma determinada região é pura "besteira".
ResponderExcluirO que levou o nelore onde está, foram desafios, e comparativos com demais raças, principalmente taurinas, mas que no seu estado "puro", não conseguiam sobreviver nos trópicos, e hoje ao se juntar as duas temos o chamado "cruzamento industrial", que nos dá animais com altos ganhos e com carne de excelente qualidade.
Mas será que toda raça taurina se presta a isso ?
Creio que sim, o que vai influenciar na escolha seria o manejo e localização de cada propriedade, pois quando se deseja abater bois a pasto com no máximo 24 mêses, raças continentais que são de maior porte pode ser um problema em acabamento.
Então eu diria que,se o criador deixar de procurar um lugar para seu gado e começar a fazer o gado que seu lugar deseja, a criatório vai ter sucesso, caso contrário está fada ao fracasso.
Abraço a todos e até breve.