Muito me preocupa o caminho que o GIR está seguindo, caiu em mãos de criadores que somente visam o dinheiro. Ninguém mais cria o GIR por amor pela raça, isso já se perdeu no tempo, mais ou menos em meados de 1988/1989, ninguém mais cria por hobby ou porque gosta de um gado puro na sua origem: com os chifres rentes a paleta, cabeça suave, leve bem postada, saídas de orelhas milimétricas e abaixo do chifre, (que mais parecem brincos e não orelhas), barbela bem delineada, garupa com uma leve queda, linha de dorso reta e aprumos perfeitos. O verdadeiro padrão da raça.
Conversando com alguns criadores de Gir Padrão, eles tentaram me convencer de que ainda existiam bons criadores, até concordo com eles, mas o que a maioria está fazendo é simplesmente matando as características ou ignorando-as no GIR PADRÃO, para criar um Gir sem caracterização alguma, denominado de Gir leiteiro.
Daqui a algum tempos nosso gado puro estará estrumando mole como o holandês e outras raças de leite somente para darem produção, vão ser criadas as super vacas com lactações acima de 11.000kg.
Estarão enchendo a barriga do GIR de “sopão”, que acaba virando leite (isso quando não são utilizados aceleradores de lactações, e hormônios). Além de um monte de dejetos em estado mole, que não servem nem para adubar hortas, porque acabam indo embora com a água que usamos para lavar os barracões. Junto com estes dejetos vão também os princípios de criação de um bom gado.
Mas na opinião destes criadores o que importa é quanto os mesmos irão ganhar com as super vacas nos leilões de elite, arrecadando milhões e onde criador pobre não entra, o que se torna estranho essa super-valorização, pois no Brasil paga-se muito pouco no leite.
O Dr. Ene Sab me dizia
“WANDERLEY CRIE O GIR NA ORIGEM,
NÃO SE META COM ESTE PESSOAL DE ELITE.
CRIE MAS NÃO PARTICIPE DE FEIRAS E CONCURSOS”
Hoje vejo que estas sábias palavras tinham um sentido muito mais forte do que eu mesmo poderia imaginar.
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